A rentabilidade da soja deve sofrer queda expressiva na safra 2017/18. O viés negativo para os preços e a produtividade e os problemas causados pela ineficiência no transporte da fazenda até os portos ou centros de consumo sevem ser as causas, de acordo com Agroconsult.
A consultoria projeta redução na rentabilidade da soja dos R$ 784/hectare na safra passada para R$ 371/hectare no próximo período na região médio-norte do Mato Grosso. No Sudeste do Paraná, a perspectiva é de que a rentabilidade caia de R$ 1.224/hectare para R$ 1.039/hectare. “Em regiões onde a logística é mais cara, o impacto será significativo”, afirma o sócio analista da Agroconsult, Marcos Rubin.
Ele observa que caso os produtores obtenham produtividades tão elevadas quanto às da safra passada, este cenário poderá mudar. “Mas, por enquanto, o rendimento das lavouras ainda é um ponto de interrogação. É difícil, neste momento, prever se o clima será tão bom quanto foi na safra 2016/17. Nossa visão atual é mais conservadora”, diz Rubin. A Agroconsult projeta queda de 6% na produtividade, saindo de 56 sacas/hectare para 53 sacas/hectare.
A Agroconsult estima a produção total de soja na safra 2017/18 em 111,1 milhões de toneladas, com queda de 4% sobre a safra passada. Já a área plantada deve ser ampliada em 3%, chegando a quase 35 milhões de hectares, sendo que boa parte da expansão de área ocorrerá em substituição ao milho verão, aponta Rubin.
Em relação ao milho, chama atenção a perspectiva de queda de 14% na produção da safra verão 2017/18, que deve atingir 26,1 milhões de toneladas. A perspectiva é de redução de 5% na safra total de milho, para 95,3 milhões de toneladas. “A área plantada de milho total deve permanecer praticamente estável. A produtividade também deverá ser afetada, com redução de 6% no milho verão e de 4% no milho total”, diz o analista.
Já o crescimento da segunda safra de algodão no Mato Grosso e a retomada na expansão da cultura na Bahia são destaques na safra 2017/18, segundo a Agroconsult, que projeta aumento de 18% na área, chegando a 1,1 milhão de hectares, e de 12% na produção, atingindo 1,7 milhão de toneladas. “Esse desempenho é verificado principalmente em razão das boas rentabilidades e produtividades da cultura”, afirma Rubin.
Imagem Francisco Gilásio/Ascon Piaui
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