As impressões de Julio Mosquera e como pegar um jornalista tendencioso no pulo

O jornalista da TV Globo fez duas séries de reportagens sobre o Código Florestal para o Jornal Nacional. Uma enquanto o texto tramitava na Câmara dos deputados de outra na semana passada, enquanto o texto tramitava no Senado Federal.

Mosquera publicou no blog Mundo Sustentável um texto sob o título: Código Florestal: as impressões de um repórter. No texto o jornalista afirma que fez extensa pesquisa e várias viagens "sempre com a disposição de ouvir, sem qualquer conceito antecipado sobre o tema".

Será mesmo? Logo depois de afirma o frase acima, Mosquera diz: "Agricultores, ambientalistas, mundo acadêmico, parlamentares, governo se entendiam sobre a necessidade de regras rígidas para preservar o meio ambiente de agora para frente. Era clara a convergência de opiniões quando se olhava para o futuro."

Parece que ele vai ser imparcial, não parece? Mas aí Mosquera mostra os dentes do jornalismo visado que trata o tema o Código Florestal pelo prisma urbano com pouquíssima semsibilidade para as dificuldades que o produtor rural tem para cumprir as exigências de um movimento ambiental dominado pelo radicalismo.

Mosquera deixou escapar o que segue: "Vi que no Senado o diálogo avançou. [...] É inegável que houve avanços, ainda que haja insatisfação dos dois lados. Não será o Código do sonho dos ambientalistas. Nem a ficha em branco que setores do movimento rural buscavam."

Perceberam? O mesmo jornalista que afirmou alguns parágrafos antes que o problema do Código Florestal estava relacionado com o passado, que havia convergência de interesses entre produtores de ambientalistas a cerca da necessidade de "preservar o meio ambiente de agora para frente", afirma logo em seguida que o movimento rural buscava uma "ficha em branco".

Não duvido que Mosquera tenha tentado sinceramente dar um tratamento imparcial às reportagens que fez sobre o Código Florestal. Caso contrário não teria percebido o recorte temporal entre o desmatamento pretérito em cujas áreas está a agricultura nacional hoje e o propalado anseio por desmatamento futuro que não passa de uma acusação do fundamentalismo ambiental sobre o setor rural nacional.

Mas Mosquera ainda cai na esparrela da armada pela gritaria das ONGs que incute no brasileiro urbano a idéia de que o mundo rural quer destruir a natureza. Em todo caso a atitude do jornalista da Globo foi mais profissional do que a dos ativistas que escrevem na Folha e no Estadão.

Comentários

Anônimo disse…
Nós temos o pior jornalismo do planeta !!!
Tudo o que eles NÃO fazem é informar !!
Anônimo disse…
Nós temos o pior jornalismo do planeta !!!
Tudo o que eles NÃO fazem é informar !!
Luiz Prado disse…
Eles chamam essa porcaria de "jornalismo ambiental". Não sabem nada de meio ambiente e só miram o público adolescente das grandes cidades, que é que perde tempo lendo as bobagens que escrevem.