O ambientalista João de Deus Medeiros dizendo ao Senador Jorge Viana (no centro) o que ele deve dizer e fazer durante a votação do Código Florestal na Comissão de Meio Ambiente do Senado. |
João de Deus Medeiros é fundador da ONG Grupo Pau Campeche, foi alçado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) na gestão de Marina Silva e continua lá. Medeiros foi destacado pela atual Ministra, Izabella Teixeira, para negociar os interesses dos ambientalistas junto aos Congresso Nacional.
Quando o texto tramitou na Câmara, Aldo Rebelo manteve as mãos de João de Deus e das ONGs longe do texto. Aldo ouviu João de Deus, mas quem escreveu o texto foi Aldo. Quando o texto chegou na Comissão de Meio Ambiente do Senado, Jorge Viana entregou a redação do texto a João de Deus e, consequentemente, às ONGs.
O primeiro relatório de Jorge Viana para a reforma do Código Florestal, escrito por João de Deus e a turma de ongueiros do MMA, quebrava todos os acordos feitos até agora e desfigurava completamente o texto de Aldo Rebelo. Viana foi desautorizado de apresentar seu relatório e o texto de João de Deus e seu bando teve que ser reescrito sob a supervisão das assessorias de outros senadores. Jorge Viana passou então a sofrer pressão dos dois lados, das ONGs porque não sustentou o texto escrito por João de Deus e dos demais senadores porque permitiu que as ONGs escrevessem o relatório pelas mãos de Medeiros.
Eu estive na última votação do Código Florestal na CMA. O jornalista que tirou esse foto estava exatamente do meu lado. João de Deus foi o primeiro a chegar para a audiência e ficou até o final sentado imediatamente atrás de Jorge Viana dizendo e orientando o que Viana deveria fazer e dizer.
Comentei a presença de João de Deus na audiência no twitter com a Senadora Ana Amélia Lemos, que também foi uma das primeira a chegar na audiência. A Senadora respondeu:
Outra pessoa comentou comigo que a presença ativa de João de Deus Medeiros e dos ambientalistas do governo junto aos senadores era proporcional à ausência do Ministério da Agricultura. Como eu sempre alertei aqui no blog o Ministério da Agricultura (Mapa) se eximiu de negociar o texto do Código Florestal em favor da produção enquanto o Ministério do Meio Ambiente abraçou a causa com fervor. Havia um representante do Mapa na audiência, mas ele estava lá como eu estava, apenas assistindo o espetáculo.
O ex ministro da Agricultura, Reinhold Stefanes, que é deputado e não pode fazer muita coisa no Senado, se fez presente na audiência, conversou com senadores, fez o que pode enquanto o atual ministro, que poderia ter feito alguma coisa, não fez absolutamente nada além de mandar alguém assistir a votação. Olhei com admiração, respeito e saudades quando o ex ministro Stephanes entrou na recinto, conversou com alguns senadores, sentou, tomou pé do que estava ocorrendo, levantou, passou do meu lado, abraçou o jornalista da Globo, Heraldo Pereira, e saiu pela porta dos fundos. É uma lástima que nesse momento tão importante para a agricultura nacional nós tivéssemos dois ministros completamente ineptos e indolentes como Wagner Rossi e Mendes Ribeiro Filho.
Os ambientalistas do governo se aproveitaram da ausência do Mapa, da falta de altivez e incompetência de Jorge Viana e tomaram controle do redação do Código Florestal. Não fosse a vontade política reformadora da Câmara e do Senado os produtores teriam sido derrotados novamente.
Em tempo, João de Deus Medeiros é o ambientalista gênico que disse que “É inegável que sua (do Código Florestal) aparente ineficácia decorre fundamentalmente da solene inobservância." e disse ainda no Estadao que "se for necessário arrancar plantações para recompor florestas, isso será feito."
Comentários
Felizmente, Dilma e seus assessores diretos já entenderam tudo. Felizmente, Katia Abreu agiu com a necessária energia.
Postar um comentário
Reflexões sobre meio ambiente, pecuária e o mundo rural brasileiro. Deixe seu comentário.