Aldo Rebelo responde ao Greenpeace

O Greenpeace (ou Greemisery, dependendo do referencial) está fazendo uma campanha de difamação contra o Dep. Aldo Rebelo. Através da campanha pessoas que em geral só tem a informação passada pelo greenmisery são induzidas a enviar um e-mail com um carta redigida pelo próprio greenpeace ao Dep. Rebelo fazendo pressão pela não alteração do Código Florestal.
O Dep. Aldo, entretanto, tem enviado um carta-resposta na qual baliza e defende sua posição. Publico aqui a carta resposta de Aldo Rebelo ao Greenpeace:


Saudações,


Recebi uma carta em seu nome produzida pela organização holandesa Greenpeace, cujo conteúdo não esclarece as razões pelas quais a Câmara dos Deputados constituiu uma Comissão Especial destinada a oferecer parecer sobre as diversas propostas de alteração da legislação florestal brasileira. A carta do Greenpeace mente e manipula informações, confundindo pessoas que não acompanham o debate sobre o assunto.

 O primeiro esclarecimento é que a Comissão, longe de querer alterar o Código Florestal, tenta apenas corrigir alterações por ele sofridas e que tornaram inaplicáveis os dispositivos modificados, a maioria deles por medida provisória, portarias e resoluções que nunca foram discutidas nem pelo Congresso ou pela sociedade brasileira.

O Código Florestal brasileiro, embora datado de 1965, é uma lei boa e defensável, alterada por interesses contrários aos objetivos do Brasil e do povo brasileiro a partir da pressão de ONGs como a holandesa Greenpeace - e outras com sede no exterior - cujas agendas nada têm a ver com aquilo que interessa ao Brasil.

As propostas de alteração da legislação têm origem diversa: desde as apresentadas por deputados ligados à agricultura familiar, seringueiros da Amazônia ou da grande agricultura prejudicada pela concorrência desleal dos países ricos, que subsidiam seus agricultores e financiam suas ONGs para atuar no Brasil.

O Brasil possui mais de 5 milhões de proprietário agrícolas, em imensa maioria de pequenos e médios produtores, 90% deles na ilegalidade por não conseguirem cumprir a lei em vigor. Hoje, até a prática indígena
de fermentar a raiz da mandioca em um igarapé ou o prosaico costume de retirar uma minhoca na beira do rio para uma pescaria tornou-se atividade ilegal. Pela lei, 75% da produção do arroz em várzea tornou-se proibida, a plantação de bananas no Vale do Ribeira encontra-se na mesma situação e os ribeirinhos do Amazonas, impossibilitados de sobreviver porque vivem e tiram seu sustento em áreas vedadas pela legislação atual.


Diante de tal situação, fui indicado relator em um acordo suprapartidário envolvendo todos os integrantes da Comissão, de todos os partidos, com exceção do PSOL e do PV. Organizamos audiências públicas em 19 Estados, ouvimos mais de 300 pessoas - representantes de ONGs, órgãos ambientais, universidades, Embrapa, produtores, entre outros. ONGs como a multinacional holandesa Greenpeace, ou as brasileiras SOS Mata Atlântica e Instituto Socioambiental (ISA) foram ouvidas mais de uma vez, além de dezenas de outras ONGs nacionais, estaduais e municipais.

Confesso que fiquei estarrecido com o que vi por todo o Brasil. Pequenos agricultores vendendo suas propriedades ou trocando-as por um carro usado ou um barraco na periferia das cidades em razão de não
terem mais acesso ao crédito da agricultura familiar por não conseguirem cumprir a lei. No Mato Grosso, por exemplo, no município de Querência, 1.920 pequenos agricultores assentados do INCRA estão sem crédito, sem estradas para levarem seus filhos às escolas, enquanto em um outro  município próximo, 4 mil pequenos agricultores, também assentados, encontram-se na mesma situação. Que crime cometeram? Simplesmente ocuparam 80% de suas propriedades deixando 20% de reserva florestal, cumprindo a lei. Quando a lei foi alterada
recentemente e passou a exigir 80% de reserva, obrigou o agricultor a reflorestar aquilo que a lei anterior autorizara a usar para a agricultura. Acontece que a despesa com reflorestamento torna-se maior que o valor da propriedade, depreciado pela situação de ilegalidade. Na comunidade do Flexal, na reserva indígena Raposa-Serra do Sol, as autoridades apreenderam os instrumentos usados pelos índios para fermentar (pubar) a raiz da mandioca por causa da liberação do ácido cianídrico.



Poderia ampliar indefinidamente os exemplos de abusos e absurdos contra a agricultura e os agricultores (pequenos, médios e grandes), o que prometo fazer em mensagens seguintes. Por enquanto desejo apenas
reafirmar o meu compromisso com o meio ambiente e com o ideal de um País que construiu a sua história, preservando a natureza. A título de exemplo, enquanto o Estado do Amazonas dispõe de 98% do seu território
coberto por vegetação nativa, a Holanda do Greenpeace não chega a 0,3%, o que a ONG batava considera mais do que o suficiente, já que não consta de sua plataforma, em seu país de origem, qualquer reivindicação de reserva legal ou área de preservação permanente. Em mensagens próximas, falarei do verdadeiro interesse dessa ONG, que concentra todos o seus esforços em cercar a Amazônia brasileira, pouco ligando para desastres ambientais urbanos que atingem milhões de brasileiros. De qualquer forma, o conteúdo do debate sobre o Código
Florestal você pode encontrar no seguinte endereço:
http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/especiais/pl187699

Como último esclarecimento, ao contrário do que insinua a ONG holandesa, nunca integrei a bancada da agropecuária, chamada ruralista, embora deputados do meu partido e de outros partidos de esquerda a integrem como parte do esforço de defender a agricultura e a pecuária do Brasil contra os interesses dos países ricos.



Atenciosamente,
Aldo Rebelo
Deputado Federal PCdoB-SP
www.aldorebelo.com.br
Telefone (61) 3215-5967

Comentários

Eloy disse…
É consabido que em nossa sociedade de consumo o sistema de crenças e valores da sociedade se baseia em consideraçoes economica visando a dominaçao e, porque nao dizer, a colonizaçao e exploracao dos pobres pelos ricos. Assim, as grandes corporacóes dominam o muindo pelo domínio da mídia, onde manipulam o sistema de crenças e valores sociais. A dominaçao pelos ricos (europeus, principalmente) se dá pela divulgacáo de teorias envolvendo a causa ambiental. As teorias, desenvidas pelos teóricos do "sistema" e implementadas pelas ONGS corporativas, com propósitos de dominaçao econômica. De uma lado visam manter o alto nivel de consumo dos paises ricos e de outro impedir o desenvolvimento dos países emergentes, especialmente do BRIC. As ongs, neste sentido, sao os braços operacionais das grandes corporacoes. Aqui no Brasil, como bem destacado pelo Deputado Rabelo, elas atuam fortemente contra os interesses nacionais. Pregam aqui o contrário do que fazem lá. Ou seja, alto desenvolvimento e nivel de vida lá, e subdesenvolvimento aqui.
Tratam-nos como ignorantes, pobres e..por que nao..burros(?). Impedir a concorrencia é o objetivo economico das corporaçoes, e as Ongs estao fazendo exatamente isso: impedir obras de infraestrutura, ampliacáo da área agricola e tudo que signifique qualidade de vida digna para nós. Felizmente alguns brasileiros estão atentos e defendem nossa pátria.
Deputado! nao desista! o povo brasileiro está a vosso favor, e um pequenissimo grupo de ongs, poderosas do lado de lá e contra nós.