Quando o direito ignora a realidade, a realidade se vinga ignorando o direito

Giselle Trevisan, uma recém doutora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) usando uma tecnologia de sensoriamento remoto, percebeu que na região centro-norte do estado de Rondônia, simplesmente nenhuma APP estava conservada, conforme determina nossa legislação que é tida como uma das mais avançadas legislações ambientais da galáxia.

Nenhuma das propriedades analisadas obedecia o Código Florestal. E em apenas 19,32% das APPs ainda existia alguma vegetação ciliar, sendo que desses, 52% eram florestas e 48% eram juquiras, ou seja, já haviam sido desmatadas pelo menos uma vez. Nos 23 anos abrangidos pelo estudo, a pesquisadora observou que o desmatamento só aumentou ao longo do tempo. Nada, nem ninguém foi capaz de reduzir ou impedir a destruição das APPs. No caso de assentamentos criados entre 1970 e 1975, mesmo havendo ocorrido processo de regeneração das matas ciliares nas APPs, elas tornaram a ser derrubadas.

Três vivas à mais avançada lei ambiental da galáxia que não funciona.
Três vivas à quem; com unhas, dentes e convicções inamovíveis, a defende.
Hail!

Em tempo, a frase do título não é minha. O autor é Georges Ripert, um ambientalista francês herege.

Comentários