Ibama, o Mapinguari da cidade

Muitos moradores das margens do rio Jauaperi, no norte do Amazônas, temem as restrições que a criação de uma Reserva Extrativista (RESEx) no local traria ao seu modo de vida. "Sou contra, por vários motivos. Primeiro porque priva um pouco nosso ganho com a pescaria. E mais tarde podem trazer o Ibama para impedir também a agricultura. Não vai poder cortar mato, nem queimar, plantar nada mais", diz o agricultor Silvio Moraes, de Itaquera. "Converso com pessoas de outras reservas e eles têm de roubar da própria terra para sobreviver."

Outros ribeirinhos expressam a mesma preocupação: de que, se a Resex for criada, não poderão "cortar mais nem um pau", fazer roça, caçar ou até mesmo pescar. "A maioria aqui não gosta de reserva não. Quando ouvem falar em Resex é uma marretada na cabeça deles", diz o caboclo Lígio Cardoso de Freitas, de 61 anos, da comunidade Tanauaú.

Trecho de reportagem do Estadão de hoje, 14 de março.

Bom domingo.

Em tempo, se você nunca ouviu falar em Mapinguari, tenha cuidado ao opinar sobre a Amazônia. Você corre sério risco de falar bobagem.

Comentários

Luiz Henrique disse…
Acho que estas reservas extrativistas não são viáveis economicamente e nem na defesa do ambiente, como pode ser viável a retirada do látex em arvores distantes umas das outras?
Não seria melhor em uma área bem menor o plantio com técnicas modernas?
Se é reserva, não tem como o homem sobreviver, ele vai comer latex?
Não sou da região amazônica, por isso tenho esta duvida