Se ficar o Ibama pega, se correr a Sucuri come.

Leia um trecho de um pronunciamento do Senador Arthur Virgílio, do PSDB do Amazônas, sobre um evento ocorrido no seu estado. O pronunciamento ocorreu no dia 10/11/2009:

Uma cobra sucuriju, uma cobra sucuri, imensa, enlaçou um jovem. O jovem fez o que lhe cabia fazer: defendeu-se. Como estava armado com uma faca, feriu a cobra e a matou. Acredite V. Exª ou não, o Ibama multou o rapaz em R$800,00.

Eu fiquei imaginando a cena ridícula: o rapaz, então, para economizar R$800,00, deveria ter morrido. Ele assim economizaria R$800,00 para a sua família. Por outro lado, se a cobra tivesse vencido a peleja, o Ibama não mergulharia nas águas profundas do rio Solimões para aplicar nenhuma multa ao animal.



E aí, o Ibama multa um rapaz em R$800,00, porque foi, nas águas do rio Solimões, atacado por uma cobra sucuriju. Ele puxa uma faca, defende-se e mata a cobra.
Como ele cometeu para esse agente do Ibama um erro terrível, o crime, o delito de se salvar, foi multado em R$800,00.

Aí vejam o Ibama: o Ibama, então, valoriza a vida da cobra, que é muito importante para os ecossistemas da região, e arbitrou em R$800,00, o que é pouco, e arbitrou em nada, em zero real, a vida desse jovem, conterrâneo meu. Se ele tivesse sido mais bonzinho com o Ibama, ele teria morrido. Pronto. Não haveria problema nenhum. Nós lamentaríamos a morte de um brasileiro e não haveria essa cena ridícula, grotesca, que o Jornal Nacional exibiu com toda a crueza.

Aparte do Senador Jefferson Praia:
Apenas, Senador Arthur Virgílio, para destacar uma das questões que V. Exª conhece bem, que é quanto o Ibama é detestado no nosso Estado. Deveria ser o contrário. Num Estado que tem o maior percentual de preservação e conservação ambiental, o Ibama era para ter uma boa imagem por parte do homem e da mulher do Estado do Amazonas.

Mas o que percebemos são ações como essa, atos como esse de alguém que trabalha no Ibama, de um fiscal do Ibama, que age de uma forma não correta em relação a um ser humano que está ali na Amazônia. Nós temos de perceber que o foco é o ser humano na nossa região. Nós já percebemos isso. V. Exª, eu e muitos dos Senadores que estão aqui. O foco são os seres humanos da Amazônia. São eles que vão garantir, é claro, com uma melhor qualidade de vida, aquela região preservada e conservada.

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