O Vaticano é contra a uso de camisinha. Quando alguém acusa a igreja de ser responsável pela disseminação de doenças como AIDS, a resposta é que a função da igreja é cuidar do espírito e portanto ela está acima de problemas mundanos como doenças sexualmente transmissíveis.
O Ministério Público parece com a igreja. Hoje eles publicaram um parecer sobre o Relatório do Deputado Aldo Rebelo. No documento eles concluem que o relatório "reduzirá a área protegida e representa retrocesso na proteção ambiental." Acho que se alguém perguntar ao Ministério Público o que fazer com os pequenos imóveis que não têm como se adequar a lei, eles são capazes de dizer que esse é um problema mundano e que a função do MPF é cobrar o cumprimendo das leis, se elas são justas ou não, não é problema deles.
O parecer é assinado por dois técnicos do MPF, dois engenheiros florestais. Segundo eles um dos principais argumentos para a alteração do Código vigente reside no fato de que ele não é cumprindo, mas ainda segundo os técnicos “não é porque uma lei não é cumprida, que se deva alterá-la. Essa lógica é perversa e, no presente caso, só traz prejuízos à proteção ambiental”.
Perverso pra mim é incentivar um cidadão a ir para a Amazônia nos anos 60 e mandar ele derrubar 50% do imóvel, voltar lá meio século depois e multar o desgraçado porque ele obedeceu. Perverso pra mim é exigir de um desgraçado que tem 5 hectares na beira de rio que destrua suas plantações e se exploda pra arranjar o dinheiro necessário à recupeação da APP... além da Reserva Legal e da multa. Mas esses são assuntos mundanos, nem o Ministério Público, nem a Igreja Católica precisam se preocupar com essas pequenas coisas materiais. O importante é salvar as almas e o planeta.
Não é o descumprimento generalizado do Código Florestal que torna uma mudança necessária. São os custos e as conseqüências sociais do cumprimento que o fazem. Partindo-se da realidade atual, exigir o cumprimento da lei vigente levará à destruição de áreas agrícolas antropizadas além dos limites legais; à expulsão do campo de pequenos e médios produtores cujo custo da recuperação do "passivo" é maior do que sua capacidade financeira; levará à concentração fundiária pela incorporação de pequenos imóveis descapitalizados por grandes produtores com maior capacidade de alavancagem financeira. Mas o que é a disseminação da AIDS ante a salvação das almas, ou esses pequenos contratempos ante a salvação do planeta?
O Ministério Público parece com a Igreja Católica.
O Ministério Público parece com a igreja. Hoje eles publicaram um parecer sobre o Relatório do Deputado Aldo Rebelo. No documento eles concluem que o relatório "reduzirá a área protegida e representa retrocesso na proteção ambiental." Acho que se alguém perguntar ao Ministério Público o que fazer com os pequenos imóveis que não têm como se adequar a lei, eles são capazes de dizer que esse é um problema mundano e que a função do MPF é cobrar o cumprimendo das leis, se elas são justas ou não, não é problema deles.
O parecer é assinado por dois técnicos do MPF, dois engenheiros florestais. Segundo eles um dos principais argumentos para a alteração do Código vigente reside no fato de que ele não é cumprindo, mas ainda segundo os técnicos “não é porque uma lei não é cumprida, que se deva alterá-la. Essa lógica é perversa e, no presente caso, só traz prejuízos à proteção ambiental”.
Perverso pra mim é incentivar um cidadão a ir para a Amazônia nos anos 60 e mandar ele derrubar 50% do imóvel, voltar lá meio século depois e multar o desgraçado porque ele obedeceu. Perverso pra mim é exigir de um desgraçado que tem 5 hectares na beira de rio que destrua suas plantações e se exploda pra arranjar o dinheiro necessário à recupeação da APP... além da Reserva Legal e da multa. Mas esses são assuntos mundanos, nem o Ministério Público, nem a Igreja Católica precisam se preocupar com essas pequenas coisas materiais. O importante é salvar as almas e o planeta.
Não é o descumprimento generalizado do Código Florestal que torna uma mudança necessária. São os custos e as conseqüências sociais do cumprimento que o fazem. Partindo-se da realidade atual, exigir o cumprimento da lei vigente levará à destruição de áreas agrícolas antropizadas além dos limites legais; à expulsão do campo de pequenos e médios produtores cujo custo da recuperação do "passivo" é maior do que sua capacidade financeira; levará à concentração fundiária pela incorporação de pequenos imóveis descapitalizados por grandes produtores com maior capacidade de alavancagem financeira. Mas o que é a disseminação da AIDS ante a salvação das almas, ou esses pequenos contratempos ante a salvação do planeta?
O Ministério Público parece com a Igreja Católica.
Comentários
Vocês já ouviram ou leram algum depoimento de um produtor rural simples sobre a reforma? Sabem o que eles pensam sobre ela? O fato é que estes trabalhadores simples estão ameaçados de perderem suas terras, o direito ao crédito rural e de pagarem multas exorbitantes que podem chegar até R$ 5.000,00 por dia, caso a reforma não seja aprovada.
Eles só querem o direito de plantar e não merecem ser punidos por terem ocupado terras antes não consideradas de reserva, muito menos por terem aceitado o incentivo do governo para ocuparem tais terras. Se foi o próprio governo que os incentivou, porque só eles pagam a conta e saem como criminosos ambientais? Por isso, milhares deles foram a Brasília protestar e dizer SIM ao Código Florestal.
Eles estão fazendo a parte deles e você? O que pensa sobre o código? Além de termos o dever de evitar a punição de gente inocente, temos também que zelar pela nossa qualidade de vida. Se a produção agrícola for prejudicada, os alimentos vão ficar mais caros, vai faltar comida, o país vai deixar de exportar e vamos parar de crescer! Não podemos deixar isso acontecer!
FONTE: http://dicasdocampo.com/
Penso que a questão agrária já é complexa o suficiente para você acrescentar mais um instituição na jogada.
Admira-me, neste post, a crítica à Igreja Católica pelo que ela não é. Ou melhor, Ela afirma o uso do livre-arbítrio visando o Bem, jamais para escolher entre o bem e o mal. Daí que a monogamia para os casados e a abstinência para os solteiros é o melhor método cientificamente provado de prevenção de DST, inclusive a aids.
Já a linha ideológica - nem exigirei um sistema - do Ministério Público é expressão da esbórnia social - também conhecida como "democracia" - em que vivemos: muito palpite e pouquíssimo conhecimento das causas em questão.
Grata pelo seu trabalho de divulgação sobre esse tema fundamental que alcança a vida de minha família aqui na cidade.
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