O custo humano da preservação da Amazônia

A produção de madeira na Amazônia caiu pela metade entre 1998 e 2009, de 28,3 milhões de m3 para 14,2 milhões de m3, afirma um levantamento divulgado hoje pelo SBF (Serviço Florestal Brasileiro) e pela ONG Imazon.

O trabalho avaliou por meio de entrevistas e pesquisa de campo que a indústria madeireira na Amazônia ocupava em 2009, quando produziu 14,2 milhões de m3, cerca de 203.702 empregos diretos ou indiretos. Fazendo-se um conta de padeiro (uma regra de três simples) é possível inferir que em 1998, quando a indústria madeireira produziu 28,3 milhões de m3, essa indústria gerava 405.969 empregos diretos e indiretos.

Quando a pressão internacional forçou o estado brasileiro a mandar a Santa Inquisição Verde perseguir os "grileiros e latifundiários desmatadores da Amazônia" o resultado foi essa redução na produção de madeira e a conseqüente perda de 202.668 empregos diretos e indiretos. São mais de 200.000 amazônidas desempregados apenas no setor madeireiro como resultado da estratégia de preservação por asfixia econômica das atividades predatórias do governo federal.

A repressão do governo às atividades predatórias sem a construção de alternativas sustentáveis reais resulta, como o estudo do SFB/Imazon mostra, na criação de uma floresta de miseráveis. Um grande jardim florestal para o regozijo do planeta, mas cheio de brasileiro vivendo na miséria sob a floresta.

É por essas e outras que eu chama o Greenpeace de Greenmisery. Paz para quem, cara pálida? O pior de tudo é que a sociedade brasileira e a mídia cabeça-feita percebe apenas o ganho ambiental, que é real, mas cega para o custo humano da estratégia canalha de preservação posta em prática hoje na Amazônia.

Comentários

Luiz Prado disse…
As assim chamadas "autoridades ambientais" (MMA), subservientes às ONGs estrangeiras e à mídia, nunca se interessaram por essa miséria tão visível quando se viaja pelo interior da Amazônia, e nem mesmo pela coleta e tratamento/disposição final de esgoto e lixo.