Trabalho de formiguinha: Kátia Abreu, a Ministra do ½ Ambiente e o Código Florestal

A presidente da CNA, Senadora Kátia Abreu, em reunião realizada ontem (17), em Brasília, apresentou à ministra do ½ Ambiente, Izabella Teixeira, os impactos econômicos para a população brasileira caso a legislação ambiental seja cumprida à risca. Muitos produtores terão de abrir mão de parte de sua área agrícola para recompor áreas de reserva legal e APPs. A Senadora mostrou à ministra Izabella Teixeira que o desmatamento além dos limites exigidos pela lei atual foi, durante muitos anos, incentivado pelo próprio Estado brasileiro.

“Com o desmatamento incentivado governo, o Brasil passou de importador a exportador de alimentos", disse Kátia Abreu. Qual seria o impacto econômico se esses imóveis deixassem de produzir para recompor reserva legal e APPs?”, questionou a Senadora. Caso o Estado brasileiro tente impor a legislação atual o Brasil poderá perder mais de 100 milhões de hectares hoje em franca produção. Não é uma questão que querer mais áreas agrícolas e mais desmatamento. É uma questão de preservar o espaço hoje em produção no país.

Também participaram do encontro os Vice-Presidentes Diretores da CNA, Homero Pereira e Assuero Veronez, e o Vice-Presidente de Finanças, Ademar Silva Júnior.

Em tempo, reparem na mudança de postura na atuação da CNA. Não adianta bater boca publicamente com os fundamentalistas de ½ ambiente. É uma excelente iniciativa argumentar racionalmente, longe de câmeras e holofotes, com pessoas estratégicas.

Comentários

Luiz Prado disse…
Sempre se pode ter a esperança que Izabella não aja como um pau mandado da parcela do PT que defende o ambientalismo do atraso e o showbizz, mas sim como ministra, ainda que em mandato tampão.
Se houver alguma decisão agora será política e não técnica, nem justa. Os políticos vão fazer a conta de quantos votos ganharão se ficarem a favor ou contra as alterações na LA (Legislação Ambiental) baseada no Código Florestal.

A conta é a seguinte:
1) são 4,2 milhões de RURAIS pequenos agricultores;
2) mais os milhões de URBANOS DAS CIDADES PEQUENAS E MÉDIAS que dependem das atividades rurais;
3) mais os milhões de URBANOS DAS PERIFERIAS DAS GRANDES CIDADES que não tem onde morar por que a LA inviabiliza loteamentos populares Legais;
4) os demais dos CENTROS URBANOS PRIVILEGIADOS se souberem que irão pagar muito mais caro, pois todo e qualquer produto de consumo depende de produção agrícola ou de extração mineral e depois de alguma área para descarte dos resíduos.
5) mais todos os URBANOS se também forem obrigados a recompor as RLs e APPs, pois a LA não faz distinção entre áreas rurais e urbanas.

Ou seja, considerando ainda os familiares e amigos, certamente é a grande maioria da população brasileira que está sendo ou será muito prejudicada.

O problema é que, como a LA não vinha sendo aplicada, esta grande maioria nem sabe que serão muito prejudicados pela LA, se for imposta como está. Se souberem da verdade serão favoráveis às alterações na LA.

Resumindo, se os brasileiros souberem da verdade, votarão nos políticos que forem a favor das alterações.

Logo, os políticos votarão a favor das alterações...

Infelizmente a CNA toma o caminho errado. Ninguém vai ficar com pena dos “ruralistas” se ficarem dizendo que vão ter dificuldades econômicas para cumprir as exigências da (RL) Reserva Legal e (APP) Áreas de Preservação Permanente. Isto é o mesmo que “assumir” a responsabilidade pela Preservação, sendo que o foco deve ser que a responsabilidade pela Preservação é de todos, pois todos serão beneficiados.

Tem é que mostrar que:
1) todos serão prejudicados
2) se Preservar é essencial, a solução será que o Estado assuma a Preservação e que os Particulares que conservarem, sejam APPs, RLs ou RPPNs devem receber pelos Serviços Ambientais prestados para todos nós, um valor justo coerente com a importância da Preservação.

A CNA tem obrigação de fazer uma campanha nas TVs (que é a única mídia que atinge a população) esclarecendo a verdade, demonstrando que a LA é Injusta, Arbitrária e Prejudicial.

Infelizmente a CNA (e outros que tem poder econômico para fazer esta campanha de esclarecimento) nada fazem e vão pagar o preço de sua incompetência.

Aliás quando falam em consolidar o que já foi devastado e desmatamento zero daqui para frente, fica a impressão que querem beneficiar quem devastou e pode usar sua área com fins econômicos e punir quem preservou que não poderá fazer nada.

É aquela história do “esperto” que quer sua área devastada muito valorizada e ainda quer se beneficiar da Preservação nas áreas dos outros. Isto é absurdo, injusto e inaceitável, logo se forem por este caminho perderão o apoio da maioria.

Azar dos brasileiros que, por falta de conhecimento, também vão se ferrar.

Vinícius Nardi, v.nardi@ig.com.br