O amazônida Arthur Virgílio pretende disputar a indicação do PSDB à Presidência. A intenção foi tornada pública hoje, 02 de novembro, por meio de carta aberta. Arthur Virgílio foi Senador durante o primeiro mandato de Lula e foi um dos seus principais críticos. Lula odeia tanto Virgílio que bancou a candidatura de Vanessa Grazziotin como forma de retirá-lo do cenário político.
Na carta divulgada hoje, Arthur Virgílio pede prévias no PSDB e fala em etnocentrismo paulista em referência à disputa entre Alckmim e Dória. "É hora de o Brasil se voltar para o Brasil e deitar um olhar inteligente e generoso sobre suas regiões periféricas", diz trecho da carta.
Leia a íntegra da carta:
Brasil justo e contemporâneo
O quadro é pobre e de descrença nas soluções públicas. Aventureiros iludem quem não se deixará iludir no momento decisivo. Declarações levianas competem com a lógica falsa de pré-candidatos do meu partido, que supõem estar competindo entre eles, “legitimados” por uma espécie de direito que não é nem justo e nem natural. Oportunismo de surfistas versus um certo etnocentrismo paulista, que ignora o Brasil e não faz bem a São Paulo. Tudo pelo direito de enfrentar um Lula minoritário, prestes a ser engolfado pelas consequências dos delitos que perpetrou.
Disputarei as prévias para a Presidência da República, no PSDB, porque é hora de falar a linguagem do Brasil. É hora de o Brasil se voltar para o Brasil e deitar um olhar inteligente e generoso sobre suas regiões periféricas. Estas sabem entender, por além das fronteiras da demagogia, a parte do Brasil que não as tem sabido interpretar. Enxergam um futuro de verdadeira unidade, porque são vítimas seculares de uma hegemonia caolha que se autocondena à mediocridade e à mesmice.
Nutro consideração pelo João Dória e fraternidade pelo governador Geraldo Alckmin. Mas serei direto: cada um tem falado do outro através de entrelinhas que não mascaram a visível ruptura. Nessa disputa inglória, tangenciam os problemas reais e se perdem em levezas, como se a solução para a crise brasileira pudesse caber em fórmulas de vencer convenções e se pôr à espera de votos úteis... que se revelam inúteis a cada eleição.
As prévias precisarão: a) envolver todos aqueles filiados até, pelo menos, um ano do pleito de 2018; b) não colocar embaraços burocráticos à livre participação de quem se julgue à altura do desafio; c) não sofrer antecipações injustificáveis. Sua realização haverá de estar nas proximidades da convenção, nunca em datas precoces que não convençam a opinião pública; d) ser encaradas como o começo, jamais como a reta final de uma efetiva vitória do Brasil.
Oficializo a decisão de competir ao presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, solicitando-lhe o envio dos nomes e e-mails: a) dos membros do Diretório Nacional; b) dos delegados dos estados e do Distrito Federal; c) dos deputados federais e senadores; d) dos governadores e dos vice-governadores; e) dos deputados estaduais e distritais e dos membros dos diretórios estaduais; f) dos prefeitos, vereadores e membros dos diretórios municipais.
A luta só começa. Quem elege mesmo é o povo.
Foto: Pedro França/Agência Senado
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