O avanço do fogo sobre as Unidades de Conservação do Brasil

Até o fim de 2017, número de focos de queimadas deve bater recorde no País

O ano de 2017 deve entrar para a história como o período com maior número de queimadas já registradas no Brasil. Até o momento, mais de 197 mil focos foram contabilizados, quase metade deles (49%) na Floresta Amazônica. O recorde até o momento é de 270 incêndios, registrados em 2004.

Somente nos primeiros 29 dias de setembro deste ano, foram 107 mil focos de queimadas, maior número registrado em um mês desde o início do monitoramento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), iniciado ainda em meados da década de 1980.

“São dezenas de milhares de focos de queimada por dia”, revela Alberto Setzer, coordenador do programa de monitoramento de queimadas do Inpe. “Em termos de ocorrência de fogo detectada por satélite, trata-se de um caso extremo”, complementa o pesquisador.

Detentor do sistema de monitoramento de queimadas mais robusto do mundo, o Brasil agora sofre para apagar o fogo. Os alertas são resultado da vigilância ininterrupta de dez satélites, que geram 250 imagens por dia.


Elas mostram dezenas de unidades de conservação afetadas ou destruídas pelo fogo. O Parque Nacional do Xingu, por exemplo, está em chamas há mais de 30 dias. O estrago no Parque Nacional do Araguaia equivale a uma área duas vezes maior que a cidade de São Paulo. Cerca de 320 mil hectares foram perdidos – mais da metade da reserva, que tem 555 mil hectares de cerrado.

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 20% das ocorrências vêm de territórios sob responsabilidade do governo federal. “Os demais 80% dos focos acontecem em terras particulares, ou de atuação do município e do estado”, afirma Gabriel Constantino, chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo).

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