Enquanto a opinião publica(da) no Rio e em São Paulo se esmera na luta pela preservação da longínqua Amazônia o Estado é incapaz de evitar a destruição da muito mais ameaçada Mata Atlântica. O Jornal O Globo desse domingo trás uma reportagem sobre o avanço das favelas sobre áreas de preservação no Rio de Janeiro. Leia a reportagem: Favelas avançam sobre o verde do Rio.
O texto mostra o crescimento horizontal e vertical da Favelas em plena Área de Proteção Ambiental (APA) dos morros da Babilônia e São João. O Rio já tem pelo menos 65 favelas que têm trechos ou estão totalmente dentro de áreas de preservação públicas, contra 17 identificadas até 2003, ou seja, houve crescimento de 282,3% em cinco anos.
No período pesquisado, o número de favelas na Zona Sul (região do Rio onde moram Carlos Minc e Cristiane Torloni) que ocupavam áreas de preservação passou de apenas duas - Vila Parque da Cidade, na Gávea, e Emílio Berta, em Copacabana - para nove. Entre as comunidades que no período avançaram sobre APAs, estão Rocinha, Cabritos e Tabajaras (entre Copacabana e Lagoa) e Dona Marta (Botafogo).
Apenas a Rocinha cresceu 4,34%. Em 2009 a favela continuou a se expandir, como mostrou um monitoramento via satélite realizado pelo Laboratório de Geoprocessamento do Núcleo Disciplinar de Meio Ambiente da PUC. A pesquisa tenta identificar desmatamentos no lado leste do Maciço da Tijuca. "Foi possível observar o aumento das áreas ocupadas por Rocinha, Vidigal e comunidades da Tijuca", contou o geógrafo Rafael da Silva Nunes.
Segundo estimativas de técnicos da prefeitura, apenas na Rocinha existem pelo menos 850 residências nas regiões de Vila Verde e da Macega. Essas casas precisam ser removidas por estarem na Área de Interesse Ecológico de São Conrado. O presidente da União Pró-Melhoramentos da Rocinha, Leonardo Rodrigues Lima, contesta os dados da prefeitura: "Não tem essa de barracos em área ambiental. Em área ambiental, só há mansões."
José Mário Hilário dos Santos, presidente da Associação de Moradores do Dona Marta, comunidade que está em APA, diz que os muros construídos pelo governo do estado para demarcar a comunidade não eliminaram o problema ambiental. O líder comunitário estima que cerca de 300 pessoas vivam em 70 casas na localidade do Pico, uma área de risco. "Nossa expectativa é de que essas pessoas possam ser transferidas para um local melhor," disse.
Técnicos da TCM afirmam que o problema foi provocado pela falta de providências dos governos para cumprir a legislação em vigor. O Plano Diretor da cidade proíbe construções nas faixas marginais de rios e lagoas ou em áreas de preservação ambiental. "Uma política de não remoção foi confundida com uma postura de falta de controle, de permissividade para o surgimento de novas ocupações, que não solucionaram o déficit habitacional da população de baixa renda", diz o estudo.
Isso é um evidência empírica de um problema fundamental do ambientalismo. Preservar é difícil, caro e, em algumas situações, não é impopular. Nessas situações impopulares e difíceis as ONGs canalhas tendem a fechar os olhos para o problema e sair guerreando pela preservação ambiental em locais longínquos onde restrições ambientais não causam problemas políticos. É por isso que ONGs americanas e européias vêm fazer gracinha no Brasil enquanto a BP emporcalha o golfo do México e é por isso que o Minc e a Torloni vão lutar pela preservação da Amazônia enquanto o Rio de Janeiro, seu próprio quintal, continua sendo arrasado. Preservar meio ambiente no * dos outros é refresco.
O texto mostra o crescimento horizontal e vertical da Favelas em plena Área de Proteção Ambiental (APA) dos morros da Babilônia e São João. O Rio já tem pelo menos 65 favelas que têm trechos ou estão totalmente dentro de áreas de preservação públicas, contra 17 identificadas até 2003, ou seja, houve crescimento de 282,3% em cinco anos.
No período pesquisado, o número de favelas na Zona Sul (região do Rio onde moram Carlos Minc e Cristiane Torloni) que ocupavam áreas de preservação passou de apenas duas - Vila Parque da Cidade, na Gávea, e Emílio Berta, em Copacabana - para nove. Entre as comunidades que no período avançaram sobre APAs, estão Rocinha, Cabritos e Tabajaras (entre Copacabana e Lagoa) e Dona Marta (Botafogo).
Apenas a Rocinha cresceu 4,34%. Em 2009 a favela continuou a se expandir, como mostrou um monitoramento via satélite realizado pelo Laboratório de Geoprocessamento do Núcleo Disciplinar de Meio Ambiente da PUC. A pesquisa tenta identificar desmatamentos no lado leste do Maciço da Tijuca. "Foi possível observar o aumento das áreas ocupadas por Rocinha, Vidigal e comunidades da Tijuca", contou o geógrafo Rafael da Silva Nunes.
Segundo estimativas de técnicos da prefeitura, apenas na Rocinha existem pelo menos 850 residências nas regiões de Vila Verde e da Macega. Essas casas precisam ser removidas por estarem na Área de Interesse Ecológico de São Conrado. O presidente da União Pró-Melhoramentos da Rocinha, Leonardo Rodrigues Lima, contesta os dados da prefeitura: "Não tem essa de barracos em área ambiental. Em área ambiental, só há mansões."
José Mário Hilário dos Santos, presidente da Associação de Moradores do Dona Marta, comunidade que está em APA, diz que os muros construídos pelo governo do estado para demarcar a comunidade não eliminaram o problema ambiental. O líder comunitário estima que cerca de 300 pessoas vivam em 70 casas na localidade do Pico, uma área de risco. "Nossa expectativa é de que essas pessoas possam ser transferidas para um local melhor," disse.
Técnicos da TCM afirmam que o problema foi provocado pela falta de providências dos governos para cumprir a legislação em vigor. O Plano Diretor da cidade proíbe construções nas faixas marginais de rios e lagoas ou em áreas de preservação ambiental. "Uma política de não remoção foi confundida com uma postura de falta de controle, de permissividade para o surgimento de novas ocupações, que não solucionaram o déficit habitacional da população de baixa renda", diz o estudo.
Isso é um evidência empírica de um problema fundamental do ambientalismo. Preservar é difícil, caro e, em algumas situações, não é impopular. Nessas situações impopulares e difíceis as ONGs canalhas tendem a fechar os olhos para o problema e sair guerreando pela preservação ambiental em locais longínquos onde restrições ambientais não causam problemas políticos. É por isso que ONGs americanas e européias vêm fazer gracinha no Brasil enquanto a BP emporcalha o golfo do México e é por isso que o Minc e a Torloni vão lutar pela preservação da Amazônia enquanto o Rio de Janeiro, seu próprio quintal, continua sendo arrasado. Preservar meio ambiente no * dos outros é refresco.
Comentários
Em alguns lugares, a remoção da população favelada ribeirinha está sendo feita num excelente trabalho, mas o rio será margeado por muralhas de contenção, até porque não seria possível fazer as tais planícies de alagamento em zona urbana.
Saindo para o interior, é fácil observar plantações de eucalipto em topos de morro no município de Piraí, terra do atual vice-governador. E não se trata de pequenas propriedades de agricultura familiar.
É APP de RESTINGA uma faixa de 300 (trezentos) metros a partir da linha de maré alta.
Por que não respeitam estas APPs?
Aposto que continuam construindo muitas residências e apartamentos de alto padrão nestas APPs e que tem muitos "ambientalistas" morando nestas APPs.
Também gostaria de saber se vão demolir as construções e reflorestar estas APPs?
Por que ninguém fala nada sobre isto?
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