Ibama gasta apenas 0,5% dos recursos fiscalizando poluição. 91% do esforço de fiscalização é dirigido para Amazônia.

Agente do Ibama queima prédio durante operação de fiscalização na Amazônia.

Relatório de auditoria divulgado pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) mostra que apenas 7% do esforço de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é dirigido a questões ligadas a atividades industriais e destes, apenas 0,5% com atividades ligadas à poluição. A maior parte do esforço, 91%, é dirigido a ações de fiscalização na Amazônia Legal.

De acordo com o relatório da CGU, 60% das equipes de fiscalização e 91% dos recursos alocados pelo Ibama estão concentrados na Amazônia. Ainda de acordo com a CGU, essa concentração causa obstáculos indiretos ao cumprimento das responsabilidades do Ibama na proteção dos demais biomas nacionais e temas, a exemplo do Cerrado, da pesca ilegal e da biopirataria.


No tocante à biopirataria, que é o roubo de material genético nacional, a situação se repetiu. A demanda de fiscais para Amazônia reduziu o efetivo disponível capacitado para participar das operações contra biopirataria planejadas, resultando no cancelamento destas. Apenas 0,34% do esforço de fiscalização do Ibama foi dirigido a ações de biopiratiria no período avaliado pela CGU.

Trecho atingido pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais.

Em termos financeiros, o relatório destaca que a quase totalidade dos recursos alocados pelo Ibama na fiscalização ambiental são destinados ao combate do desmatamento (91%), ficando as demais áreas temáticas, como o combate à pesca ilegal, biopirataria, entre outros, com somente 9% desses recursos. Fiscalização de construções, indústrias e obras como a barragem de Mariana, por exemplo, recebem apenas 7% das ações de fiscalização ambiental do Ibama.

Com informações da CGU e imagens de Felipe Werneck e Vinícius Mendonça - Ascom/Ibama.

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